Pestana no Violão: Como Fazer - A Mágia da Música Portuguesa na Corda
Por Eduardo Bortoluci - Guitarrista & Produtor Musical

Descubra como tocar Pestana no Violão - Dicas e Trilhas Mágicas

"Pestana no Violão" é uma expressão que vem ganhando destaque recentemente no cenário da música brasileira, mais especificamente entre os amantes do violão. Essa frase se refere à forma como alguns compositores e intérpretes brasileiros utilizam a técnica de "pestañear" na melodia, criando um som mais lento e misterioso, que é conhecido pela sua grande beleza e apelo popular.

Esta prática se originou nos anos 70, com músicas populares do Brasil e Portugal, como "Bastidores", de João Gilberto, e "Mundo da Luz", de Adriano Correia de Oliveira. Além disso, tem sido muito presente na produção musical dos anos 80 e 90 com músicas como "Dezoito Anos", do Grupo Rumo, e "Santa Lúcia", da Música Popular Algeriana.

Esta técnica tem uma origem histórica na música portuguesa, tendo sido um dos elementos característicos de cantores fadistas como António Chainho ou José Afonso, que utilizavam-na para criar um efeito dramático. Esta técnica é muito usada em fados clássicos como "Deixa-me Amar-te", "Casado da Mulher do Meu Amigo" e "Os Clarins". A "Pestana no Violão" também faz parte integrante do som tradicional português nos instrumentos regionais como o brinco ou a gaita de fole, mas é especialmente reconhecida no violão clássico e na guitarra.

No contexto atual da música brasileira, temos músicos jovens que se inspiram em todas as épocas passadas e buscam reavivar os grandes estilos tradicionais com uma linguagem contemporânea. É por isso que o "Pestana no Violão" voltou a ganhar espaço e destaque entre a comunidade de guitarristas e fãs da música brasileira.

Como Fazer "Pestana no Violão"?

O artista António Chainho é considerado o principal representante desse estilo que passou a se chamar "Chainhinha", por causa de suas interpretações com esse jeito único. Esse estilo ficou conhecido como "Pestana no Violão" devido ao cantor Carlos do Carmo, da década de 70 em diante, adaptar a técnica dos cantores fadistas para as canções fadísticas de autores mais novos, o que chamou atenção nacional.

A forma como é feita esta técnica na guitarra é através da pausa (tempo morto) no final das frases, criando uma suspensão e um certo "caldo" nas notas que lhe dão característica distinta. É necessário fazer uma análise do arranjo e do acordes para conseguir achar a pausa certa e criar este som típico de violão que traz um pouco do estilo dos cantores de fado.

Uma dica para executar essa pausa na mão esquerda, quando tocando acorde de basso, é usar apenas os polega e índice e tirar o pulso para fazer o certo "caldo" em certo tempo. Outra dica é mantendo um andamento leve ao mesmo tempo em que se sabe o local da pausa, sem prejudicar a linha musical do peão.

Por fim, deve-se destacar que não existe uma técnica única e correta de tocar "Pestana no Violão". Muitos músicos tem sua forma de executá-lo com base no estilo que estão usando no arranjo. Há os que fazem um pouco de silêncio, deixando espaço entre as notas e outros que fazem o "caldo" com mais força e sustentação, tornando o som mais intenso e expressivo.

Assim sendo, é importante que cada músico conheça sua técnica de tocar Pestana no Violão e use da maneira que sentir melhor ao executar a melodia do peão e a harmonia com a sua banda, pois é através da expressão pessoal na guitarra que nossos violões se transformam em verdadeiros instrumentos musicais e podem levar a beleza de sua melodia às almas das pessoas.


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